Próximo ao início formal da pré-campanha, a definição do bloco governista trouxe mais clareza ao horizonte da
disputa pelo comando do Governo de Sergipe nas Eleições 2022.
Se confirmado o atual cenário, essa disputa se dará majoritariamente entre o grupo liderado pelo governador Belivaldo Chagas (PSD), cujo pré-candidato é o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD); o bloco do senador Rogério Carvalho (PT) – dissidente do agrupamento governista -, e o grupo de oposição que tem à frente o senador Alessandro Vieira (sem partido).
Enquanto o grupo governista tem a missão de garantir a capilaridade dos votos, reforçar a base no interior e aparar arestas na estratégia para a capital, a oposição deve correr por fora e intensificar as visitas ao Interior em busca de aliados.
Segue um panorama do que se sabe até aqui sobre a disputa eleitoral para a sucessão do Executivo estadual, a pouco mais de seis meses do primeiro turno das eleições, marcado para 2 de outubro.
O deputado federal Fábio Mitidieri tem pela frente o desafio de trabalhar a expressividade do seu nome, além de viabilizar uma chapa com um(a) vice que tenha mais penetração na Grande Aracaju. Embora não figurasse entre os primeiros em pesquisas internas, o parlamentar tem boa articulação junto a prefeitos do interior sergipano. No pleito de 2020, o seu partido – PSD – elegeu 20 dos 75 Executivos municipais, correspondendo a cerca de 180 mil votos.
O petista Rogério Carvalho tem, atualmente, a pré-candidatura mais ‘madura’ em termos de articulação efetiva. Ciente do processo de desgaste interno na legenda – que já perdeu quadros históricos como os deputados estaduais Iran Barbosa (a caminho do PSOL) e Francisco Gualberto (no PSD), além de Conceição Vieira – há meses o ex-secretário da Saúde tem percorrido o interior do Estado buscando alianças que, em certa medida, reduzam a sua dependência da militância – embora o discurso oficial seja de unidade plena. Neste cálculo, será preciso observar ainda qual potencial de transferência de votos do ex-presidente Lula. A história previne que pesquisas trazem sempre o retrato do momento, inclusive como ocorreu na sua eleição ao Senado em 2018.
Já o senador Alessandro Vieira vive o momento mais delicado dentre os pretensos candidatos. Após o intempestivo desembarque do Cidadania, obrigando-o a declinar a pré-candidatura ao Planalto, o próprio já admitiu a necessidade de refazer a sua estrutura partidária na base para que consiga pavimentar o seu destino no pleito de outubro. Mesmo com boa projeção nacional alcançada nestes primeiros anos no Senado, Vieira ainda tem que lidar com fortes índices de rejeição de parte expressiva do eleitorado sergipano, bem como com o esvaziamento da sua persistente dicotomia entre o que ele chama de ‘velha’ e ‘nova’ políticas.
Um elemento que pode trazer novos desdobramentos à disputa é a pré-candidatura do ex-deputado federal João Fontes, pelo PTB. Não obstante o desafio de ampliar o capital político, nas circunstâncias atuais, uma eventual candidatura de Fontes tem potencial de aglutinar de modo substancial o voto bolsonarista, como também alguma parcela do voto antipetista. Guardadas as devidas proporções, é bom lembrar que estes elementos trouxeram competitividade aos delegados Alessandro Vieira e Danielle Garcia em 2018 e 2020, respectivamente.
Outro nome que articula uma eventual candidatura é o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, do PL, atual sigla do presidente da República, Jair Bolsonaro. Embora com conversas menos avançadas, seu projeto já recebeu sinalização de apoio de lideranças como o ex-senador Eduardo Amorim, atual presidente do PSDB em Sergipe. Há, contudo, quem custe a acreditar que o itabaianense esteja mesmo plenamente disposto a fazer a disputa majoritária prosperar.
Também já confirmaram pré-candidatura o professor Aroldo Félix, que pleiteia o governo de Sergipe pela UP (Unidade Popular) e o Democracia Cristã, que deve lançar Antônio Cláudio Neves, especialista em geriatria, gerontologia e filiado ao partido desde 2021.
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