O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão unânime ocorreu nesta quinta-feira (9), durante reunião extraordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, transmitida pelo Youtube.
Além disso, o Conselho formado por representantes de instituições públicas, privadas e da sociedade civil, classificou o ritmo como um supergênero, pela sua abrangência musical de ritmos nordestinos, entre eles, o xote, xaxado, baião, chamego, a quadrilha, o arrasta-pé e o pé-de-serra.
O pedido de registro solicitando a análise do estilo musical ao Iphan foi da Associação Cultural Balaio do Nordeste, da Paraíba, em 2011. Nos últimos dez anos, em parceria com comunidades detentoras, foi realizada a descrição detalhada das matrizes tradicionais com registro documental e audiovisual.
Segundo o Iphan, as matrizes do forró têm contribuído há mais de um século para a construção da identidade nordestina e nacional, não apenas como um ritmo musical, mas como uma expressão cultural enraizada no cotidiano do povo nordestino e de várias comunidades espalhadas pelo Brasil, que têm o forró como manifestação de sua cultura e suas crenças, uma marca de vivências coletivas do trabalho, de celebrações e de experiências festivas.
A conselheira Maria Cecília Londres, relatora da proposta, fez uma ampla explanação sobre as origens do ritmo musical nordestino e da palavra forró.
A relatora destacou a relevância do forró por englobar atividades como artesanatos, orquestras sanfônicas, escolas de dança, preservação de instrumentos (rabeca, sanfona, triângulo, pífanos, zabumba etc).
Durante a apresentação, Maria Cecília exibiu um documentário que contou com a participação de artistas de vários estados, entre eles os sergipanos Amorosa, Erivaldo de Carira e Wagner Lima do Acordeon.
“Pra gente, pra todos nós aqui, é uma satisfação muito grande, é uma honra, uma graça fazer parte desse momento histórico. Forró é ritmo, encontros, celebrações; forró é São João, é cultura, é afeto. O forró marcou a minha infância, lá no interior de Minas Gerais, me lembro como se fosse hoje, o meu avô, lá na sua casinha, tocando a sua sanfona, nos embalos de Luiz Gonzaga”, disse emocionada a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, ao declarar o forró Patrimônio Cultural do Brasil.
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